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Israel diz que cessar-fogo em Gaza entrará em vigor na sexta e afirma que seguirá controlando mais da metade do território palestino

Israel e Hamas assinam acordo de paz para primeira fase de cessar-fogo na Faixa de Gaza
O governo de Israel afirmou nesta quinta-feira (9) que o cessar-fogo na Faixa de Gaza entrará em vigor na sexta-feira, e que as tropas israelenses controlarão mais da metade do território durante a primeira fase do acordo de paz assinado com o grupo terrorista Hamas.
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A porta-voz do governo Netanyahu, Shosh Bedrosian, afirmou que Israel assinou com o grupo terrorista Hamas, na manhã desta quinta no Egito, a primeira fase do acordo de paz, anunciado na quarta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na noite de quarta. No entanto, segundo Bedrosian, o acordo de paz e o cessar-fogo no conflito entrarão em vigor apenas 24 horas após duas reuniões que serão realizadas pelo governo.
O governo Netanyahu realizará duas reuniões, uma do gabinete de guerra e outra do governo, às 11h e 12h no horário de Brasília, respectivamente. Nesses encontros, o acordo firmado com o Hamas será discutido e então passará a valer se aprovado em votação. Com isso, o cessar-fogo em Gaza deve iniciar na tarde de sexta-feira, também no fuso de Brasília.
Bedrosian confirmou em coletiva de imprensa que as tropas do Exército israelense recuarão durante a primeira fase do acordo, porém continuarão ocupando 53% do território de Gaza —ante os 75% atuais. O plano de paz de Trump prevê a retirada total das tropas do território palestino, porém ocorrerá em fases que ainda serão negociadas.
Ainda segundo Bedrosian, Israel espera “respeito e decoro” do Hamas durante a libertação dos reféns israelenses, que deve ocorrer nos próximos dias. A fala foi uma referência às imagens de caos e humilhação pelos quais alguns cativos foram sujeitados em solturas anteriores.
“Israel espera que a libertação dos reféns ocorra com respeito e decoro pelo Hamas e não tolerará propaganda usando os reféns, como em outras ocasiões”, afirmou Bedrosian.
O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou na noite de quarta-feira que Israel e o Hamas chegaram a um acordo para implementar seu plano de paz em Gaza. Todos os detalhes sobre o tratado ainda não haviam sido divulgados pelas autoridades até a última atualização desta reportagem. Leia abaixo o que se sabe e o que acontece agora.
Entenda o que acontece agora
Segundo Trump, Israel e o Hamas chegaram a um acordo para a implementação da primeira fase do plano de paz.
Segundo Trump, na primeira etapa do acordo de paz assinada entre Israel e Hamas, todos os reféns mantidos pelo grupo terrorista desde 7 de outubro de 2023 serão libertados. Em troca, Israel irá soltar prisioneiros palestinos.
Tropas israelenses que estão na Faixa de Gaza devem recuar de suas posições.
O território palestino receberá mais caminhões de ajuda humanitária, com a entrega de comida, água e medicamentos.
🟢 Reféns: Segundo Israel, o Hamas ainda mantém 48 dos 251 sequestrados no ataque terrorista de outubro de 2023. As demais vítimas foram libertas durante a vigência de outros dois acordos de cessar-fogo ou por meio de operações militares israelenses.
A proposta apresentada pelos Estados Unidos prevê que o Hamas terá até 72 horas para libertar todos os reféns, vivos ou mortos.
Israel estima que, dos 48 reféns, apenas 20 estejam vivos.
Segundo Trump, todos os reféns serão libertos provavelmente na segunda-feira (13).
Por outro lado, a imprensa americana informou que o grupo terrorista pediu mais tempo para devolver os corpos das vítimas que morreram.
O Hamas alega que não sabe onde estão todos os corpos dos reféns mortos e que precisa realizar buscas para localizar os desaparecidos.
Em troca, a expectativa é que Israel liberte quase 2 mil prisioneiros palestinos, incluindo condenados à prisão perpétua.
💥 Ataques em Gaza: O plano prevê o fim dos bombardeios na Faixa de Gaza. Segundo Trump, as Forças de Defesa de Israel irão recuar para linhas acordadas com o Hamas, o que indica que tropas ainda permanecerão no território palestino.
A GloboNews apurou junto ao Exército israelense que o país concordou em diminuir a área de ocupação em Gaza de 75% para 57% em um primeiro momento.
O plano divulgado pela Casa Branca no fim de setembro já previa uma retirada gradual das tropas do território palestino.
O chefe do Estado-Maior de Israel instruiu as tropas a se prepararem para todos os cenários e para a operação de retorno dos reféns.
Antes mesmo do acordo, Trump já havia pedido que Israel reduzisse as operações em Gaza. A mídia israelense informou que os militares receberam ordens para diminuir a ofensiva.
🤝 Início do cessar-fogo: Ainda não está claro quando o acordo de paz começará a valer oficialmente. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que a proposta será votada pelo governo na quinta-feira (9).
A votação interna do acordo é um procedimento formal do governo israelense.
Processos semelhantes ocorreram nos outros dois acordos de cessar-fogo firmados em novembro de 2023 e janeiro de 2025.
Segundo a AFP, o acordo deve ser formalmente assinado às 6h desta quinta-feira, pelo horário de Brasília.
Trump deve viajar para Israel nos próximos dias. O presidente dos EUA foi convidado para discursar no Parlamento do país. Na quarta-feira, ele disse a jornalistas que considera visitar a Faixa de Gaza.
🔎 O que falta esclarecer: Apesar do anúncio, vários detalhes do tratado ainda não foram divulgados. Não se sabe, por exemplo, se todo o plano apresentado pela Casa Branca foi aceito por Israel e pelo Hamas, ou se houve modificações.
Em uma rede social, Trump afirmou que esta é a “primeira fase” e os “primeiros passos” para a paz. A imprensa americana afirma que isso sugere que ainda há pontos do plano que precisarão ser discutidos para sua implementação.
Já a imprensa israelense informou que os pontos mais sensíveis do acordo foram resolvidos.
Também não está claro como será a transição de governo na Faixa de Gaza, proposta pela Casa Branca.
Além disso, não há confirmação de que o Hamas tenha se comprometido a entregar suas armas.
A guerra entre Israel e o Hamas começou em 7 de outubro de 2023, quando os terroristas lançaram um ataque que resultou na morte de mais de 1.200 pessoas e no sequestro de outras 251. De lá para cá, mais de 60 mil palestinos morreram em Gaza, segundo dados de autoridades ligadas ao Hamas.
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Palestinos olham para fumaça ao longe de ataque de Israel na Faixa de Gaza em 5 de outubro de 2025.
REUTERS/Mahmoud Issa
A proposta divulgada pela Casa Branca no fim de setembro tem 20 pontos e prevê a Faixa de Gaza como uma zona livre de grupos armados.
Pelo plano, integrantes do grupo terrorista Hamas podem receber anistia, desde que entreguem suas armas e se comprometam com a convivência pacífica. Eles também não poderão participar do governo de Gaza.
Ainda segundo a proposta, Gaza deve ter um governo temporário de transição formado por um comitê palestino tecnocrático e apolítico, responsável por administrar os serviços públicos do dia a dia.
O grupo deve ser composto por palestinos considerados “qualificados” e especialistas internacionais.
Todo o trabalho ficará sob supervisão do chamado “Conselho da Paz”, chefiado por Donald Trump. Não está claro se Israel vai integrar esse grupo.
Caberá a esse comitê administrar os recursos para a reconstrução da Faixa de Gaza.
O Hamas e outras facções palestinas vão ficar impedidos de participar do novo governo, direta e indiretamente.
No futuro, o poder deve ser transferido para a Autoridade Palestina — reconhecida internacionalmente como governo dos territórios palestinos. Essa transferência, porém, está condicionada a reformas na própria Autoridade Palestina, segundo a Casa Branca.
O plano também prevê um pacote econômico e de desenvolvimento a ser elaborado por um painel de especialistas. Segundo a Casa Branca, esses profissionais já participaram da criação de cidades modernas no Oriente Médio.
Em relação à segurança, Gaza passaria por desmilitarização, com a destruição de toda a infraestrutura bélica e proibição de novas instalações. O processo seria supervisionado por monitores independentes.
Será criada a Força Internacional de Estabilização (ISF), composta por atores estrangeiros encarregados de treinar a nova polícia palestina, que assumirá a segurança interna.
As Forças de Defesa de Israel vão se retirar gradualmente de Gaza, entregando os territórios ocupados à ISF.
Haverá ainda um perímetro de segurança para que militares israelenses permanecessem posicionados até que o risco de ressurgimento de ameaças terroristas fosse eliminado.
O que dizem Israel e o Hamas
Tanque de Israel perto da fronteira com a Faixa de Gaza
Jack Guez / AFP
▶️ O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, comemorou o acordo e ressaltou a libertação dos reféns mantidos pelo grupo terrorista. Ele disse ainda que se reunirá com a cúpula do governo na quinta-feira (9) para a aprovação interna do tratado.
“Um grande dia para Israel”, publicou em uma rede social. “Esse é um sucesso diplomático e uma vitória nacional e moral do Estado de Israel.”
“Agradeço aos valentes soldados das Forças de Defesa de Israel e a todas as forças de segurança, graças à coragem e ao sacrifício deles chegamos a este dia. Com a ajuda de Deus, juntos continuaremos a alcançar todos os nossos objetivos e a expandir a paz com nossos vizinhos.”
▶️ Em nota, o Hamas elogiou o trabalho de Catar, Egito e Turquia na mediação do cessar-fogo e agradeceu os esforços de Trump para o fim definitivo da guerra.
O grupo também pediu que os países garantidores do tratado obriguem Israel a cumprir todos os termos e evitem adiar a implementação do que foi acordado.
“Reafirmamos que os sacrifícios do nosso povo não serão em vão, e que permaneceremos fiéis à nossa promessa, sem abrir mão dos direitos nacionais do nosso povo até alcançar liberdade, independência e autodeterminação”, disse.

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