Inundações deixam 40 mortos no Vietnã, antes de chegada de tufão que matou 5 nas Filipinas
O número de mortos após uma semana de inundações e chuvas intensas no centro do Vietnã subiu para 40 nesta terça-feira (4), informaram as autoridades.
Já devastada pelas enchentes, a região se prepara ainda para a chegada do potente tufão Kalmaegi, que se aproximava do Vietnã nesta terça. Na segunda-feira (3), o Kalmaegi deixou 5 mortos ao passar pelas Filipinas (leia mais abaixo).
A região central do Vietnã registrou nos últimos dias chuvas torrenciais que transformaram ruas em canais e inundaram alguns dos locais históricos mais visitados do país.
Em 24 horas, o país registrou até 1,7 metro de chuva, um recorde nacional.
As mortes aconteceram nas províncias de Hue, Da Nang, Lam Dong e Quang Tri, segundo a agência de gestão de desastres do Ministério do Meio Ambiente, que também informou o balanço de seis pessoas desaparecidas.
13º tufão do ano
O país se prepara agora para a chegada do tufão Kalmaegi, que, segundo a meteorologia, deve tocar o solo na próxima sexta-feira.
O Vietnã é cenário de chuvas torrenciais entre junho e setembro, mas evidências científicas identificaram um padrão de mudança climática provocada pelo homem que torna as condições extremas mais frequentes e destrutivas.
Todos os anos, quase 10 tufões ou tempestades tropicais em média atingem o país, diretamente ou em alto-mar.
O tufão Kalmaegi será o 13º a chegar ao Vietnã só em 2025.
A tempestade afeta atualmente as Filipinas, onde provocou cinco mortes e o deslocamento de centenas de milhares de pessoas.
Kalmaegi pode atingir a costa do Vietnã com ventos de até 166 km/h, segundo o serviço meteorológico local.
Filipinas
Cinco pessoas morreram e milhares foram deslocadas no centro das Filipinas após as chuvas provocadas pelo tufão Kalmaegi, informaram as autoridades nesta terça-feira.
Vilarejos inteiros da ilha de Cebu ficaram inundados. Vídeos verificados pela AFP mostram carros, caminhões e contêineres de transporte arrastados pelas águas.
Nas 24 horas anteriores à chegada do Kalmaegi, a área ao redor da capital provincial, a Cidade de Cebu, registrou 183 milímetros de chuva, muito acima da média mensal de 131 milímetros, informou à AFP a meteorologista Charmagne Varilla.
“A situação em Cebu não tem precedentes”, afirmou a governadora provincial Pamela Baricuatro no Facebook. “Esperávamos que os ventos representassem o perigo, mas (…) é a água que realmente coloca nossa população em risco. As águas são devastadoras”, acrescentou.
A secretária para a gestão de desastres, Ethel Minoza, disse à AFP que os corpos de duas crianças foram recuperados na Cidade de Cebu, onde as equipes de emergência tentavam ajudar os moradores bloqueados pelas enchentes.
As autoridades confirmaram mais três mortes em outras localidades, incluindo um idoso na província de Leyte e um homem atingido por uma árvore em Bohol.
Don del Rosario, 28 anos, foi um dos moradores que buscou refúgio nos telhados e partes elevadas das casas na Cidade de Cebu durante a tempestade.
“A água subiu muito rápido. Pelo que me disseram, a enchente começou por volta das 3h00. Às 4h00 já estava fora de controle, as pessoas não conseguiam sair de suas casas”, comentou.
Centenas de pessoas vivem em barracas desde o terremoto de 6,9 graus de magnitude que abalou Cebu no final de setembro.
As Filipinas enfrentam a média de 20 tempestades e tufões todos os anos, em particular em áreas propensas a desastres, onde milhões de pessoas vivem em condições de pobreza.
