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China x Japão: por que o clima entre as maiores potências da Ásia azedou; entenda crise diplomática

A recém-eleita líder do Partido Liberal Democrata (PLD), Sanae Takaichi, comemora após vencer a eleição para a liderança do PLD em Tóquio, Japão, em 4 de outubro de 2025.
Kim Kyung-Hoon/Pool/REUTERS
As relações do Japão com a China caíram para o nível mais baixo em anos, em disputa desencadeada por declarações da primeira-ministra Sanae Takaichi. Conhecida como “dama de ferro japonesa”, ela causou uma crise diplomática ao afirmar, em 7 de novembro, que um ataque chinês contra Taiwan poderia representar uma “situação que ameaça a sobrevivência” e desencadear resposta militar.
A China reivindica a ilha separatista, que tem governo democrático próprio, como parte de seu território. Em 13 de novembro, o Ministério das Relações chinês exigiu que a premiê retirasse o que chamou de falas “ultrajantes”. O episódio mais recente ocorreu nesta quinta-feira (20), quando o presidente taiwanês, Lai Ching-te, postou fotos comendo sushi e citou apoio ao Japão em meio ao atual conflito (veja ao final desta reportagem).
Entenda, abaixo, a cronologia do caso:
31 de outubro – O presidente da China, Xi Jinping, se reuniu com Sanae Takaichi, que havia sido eleita em 21 de outubro. O encontro ocorreu à margem da cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), na Coreia do Sul. Ambos concordaram em buscar relações construtivas e estáveis.
1º de novembro – A China protestou veementemente contra as postagens de Takaichi nas redes sociais sobre o encontro com autoridades taiwanesas durante a cúpula da Apec.
3 de novembro – Um funcionário da administração de Taiwan rejeitou os protestos chineses, classificando o encontro com Takaichi como “muito normal”.
7 de novembro – Takaichi disse ao Parlamento que um ataque a Taiwan poderia ser considerado “uma situação que ameaça a sobrevivência do Japão”, um termo jurídico que permite aos primeiros-ministros mobilizar as Forças de Autodefesa do país. Foi mais um dos eventos da coleção de polêmicas e gafes acumuladas pela premiê.
8 de novembro – Em um comentário nas redes sociais que foi posteriormente apagado, o cônsul-geral da China, Xue Jian, que fica a cidade japonesa de Osaka, disse: “A cabeça suja que se mete onde não deve ter deve ser cortada”. Era uma referência às declarações de Takaichi sobre Taiwan.
10 de novembro – A China apresentou representações solenes e protestos veementes contra as declarações de Takaichi. Ela respondeu falava em situações “hipotéticas” e prometeu se abster de fazer comentários semelhantes no Parlamento novamente. O Japão criticou o comentário “extremamente inapropriado” do diplomata chinês, enquanto Pequim defendeu a “postagem pessoal” de seu enviado como uma resposta a comentários “equivocados e perigosos” da premiê.
11 de novembro – Alguns políticos japoneses pediram a expulsão do funcionário consular chinês Xue Jian em Osaka devido ao comentário feito por ele.
12 de novembro – A mídia estatal chinesa publicou comentários virulentos criticando as declarações de Takaichi.
13 de novembro – A China exigiu que Takaichi se retratasse de suas declarações sobre Taiwan, que classificou como “atrozes”, alertando que, caso contrário, o Japão “terá que arcar com todas as consequências”.
14 de novembro – A China alertou o Japão sobre uma derrota militar “esmagadora” caso utilize a força para intervir em Taiwan, e desaconselhou os cidadãos chineses a visitarem a ilha. O Ministério das Relações Exteriores do Japão convocou o embaixador chinês, em protesto contra as declarações do cônsul-geral Xue Jian em Osaka.
15 de novembro – Três companhias aéreas chinesas ofereceram reembolsos ou alterações gratuitas em voos com destino ao Japão. O governo japonês pediu “medidas apropriadas” da China.
16 de novembro – A China instou seus estudantes no Japão, ou pessoas que desejam estudar lá, a intensificarem a avaliação de riscos e a planejarem com prudência. Uma formação de navios da Guarda Costeira chinesa passou pelas águas das Ilhas Senkaku, administradas pelo Japão, um ponto de tensão histórico entre os dois países.
17 de novembro – Distribuidoras de filmes chinesas suspenderam a exibição doméstica de pelo menos dois filmes japoneses. A China afirmou que o primeiro-ministro Li Qiang não tinha planos de se encontrar com Takaichi à margem da cúpula do G20, no fim de semana na África do Sul.
18 de novembro – A reunião entre diplomatas chineses e japoneses em Pequim não resultou em avanços significativos, com a China reiterando o pedido para que Takaichi se retratasse de suas declarações. O Japão afirmou que as declarações estavam em consonância com suas posições de longa data e instou seus cidadãos na China a tomarem maiores precauções de segurança.
19 de novembro – A China informou ao Japão que os procedimentos de importação de frutos do mar japoneses eram insuficientes, indicando uma proibição total dessas importações poucos meses após a suspensão parcial das restrições. Também suspendeu as negociações sobre a retomada das importações de carne bovina do Japão, segundo a agência de notícias Kyodo. O governo chinês ameaçou tomar novas medidas caso o Japão não se retratasse das declarações sobre Taiwan.
20 de novembro – A China adiou o encontro tripartite de ministros da Cultura com o Japão e a Coreia do Sul, previsto para novembro. O presidente de Taiwan, Lai Ching-te, postou fotos comendo sushi, demonstrando apoio ao Japão na atual disputa.
Lai Ching-te, presidente de Taiwan
X / Reprodução
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