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EUA têm dia de protestos ‘No Kings’ contra Donald Trump; republicanos chamam mobilização de ‘ato de ódio ao país’

Nos EUA, Donald Trump anula a pena de ex-deputado condenado
Milhares de pessoas devem ocupar as ruas neste sábado (18) em Washington e em centenas de cidades americanas no movimento “No Kings”, uma onda de protestos contra o presidente Donald Trump e o que os organizadores chamam de “erosão das instituições democráticas” nos Estados Unidos.
A manifestação, que ocorre em meio ao 18º dia de paralisação do governo federal, é vista como o maior ato nacional de oposição desde o retorno de Trump à Casa Branca. O republicano passa o fim de semana em sua residência de Mar-a-Lago, na Flórida, onde participa de um jantar de arrecadação de fundos de seu super PAC, o MAGA Inc., ao custo de US$ 1 milhão por prato.
“Dizem que me chamam de rei. Eu não sou um rei”, disse Trump em entrevista à Fox News antes de deixar Washington.
Dee Cahill, de Margate, na Flórida, segura um cartaz com os dizeres “No Kings” enquanto participa de um protesto pró-democracia e anti-Trump em frente à propriedade de Trump em Mar-a-Lago, em Palm Beach (Flórida), na quinta-feira, 17 de julho de 2025.
AP Photo/Rebecca Blackwell, File
Críticas à concentração de poder
Organizadores afirmam que os protestos são uma resposta ao estilo de governo de Trump, marcado por confrontos com o Congresso e o Judiciário e pelo uso crescente de poderes executivos para contornar a oposição política.
“Não há ameaça maior a um regime autoritário do que o poder do povo patriota”, disse Ezra Levin, cofundador do movimento Indivisible, que coordena a mobilização com centenas de grupos parceiros.
Mais de 2.600 manifestações estão previstas em cidades grandes e pequenas, com atos programados também no exterior — incluindo Madri e outras capitais europeias, organizadas pelo grupo Democrats Abroad.
Republicanos reagem com hostilidade
Lideranças republicanas classificaram os protestos como “antipatrióticos” e “de extrema esquerda”. O presidente da Câmara, Mike Johnson, chamou o evento de “Hate America Rally” (“manifestação que odeia os EUA”).
“Veremos antifa, marxistas e pessoas que odeiam o capitalismo em plena exibição”, afirmou Johnson.
O governo e aliados republicanos no Congresso culpam os democratas pelo impasse orçamentário que mantém o governo fechado, acusando o partido de se recusar a votar projetos de reabertura enquanto exige novos investimentos em saúde pública.
Democratas, por outro lado, afirmam que a paralisação é uma forma de resistir ao avanço autoritário de Trump e defender o equilíbrio entre os Poderes.
Manifestantes participam do protesto “No Kings” em 14 de junho de 2025, em Portland, Oregon.
(AP Photo/Jenny Kane, File)
“É um ato de amor à Constituição”
Entre os principais apoiadores da mobilização estão o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, e o senador independente Bernie Sanders, que rebateu as críticas republicanas.
“É um ato de amor à América”, escreveu Sanders nas redes sociais. “Milhões de pessoas vão às ruas para defender a Constituição e a liberdade americana — e para dizer a Trump que este país não será transformado em uma autocracia.”
Para analistas, o momento marca uma virada na postura da oposição, que até poucos meses atrás se mostrava dividida e desanimada diante do fortalecimento político de Trump. Em abril, o movimento contra o presidente e o empresário Elon Musk reuniu 1.300 marchas; em junho, 2.100; agora, são mais de 2.600 locais registrados.
“Estamos vendo os democratas mostrarem alguma espinha dorsal”, disse Levin. “O pior que poderiam fazer agora é se render.”
Protestos como termômetro político
O líder democrata na Câmara, Hakeem Jeffries, não confirmou presença nas manifestações, mas criticou a narrativa republicana.
“O que foi realmente odioso aconteceu em 6 de janeiro”, disse, em referência à invasão do Capitólio em 2021. “O que veremos neste fim de semana é patriotismo: cidadãos protestando contra o extremismo que Trump voltou a liberar sobre o povo americano.”
Com o governo ainda paralisado e a tensão política no auge, o sábado promete testar a força de uma oposição que tenta se reorganizar — e o limite da polarização de um país dividido entre lealdade e resistência a um presidente que desafia as próprias regras da democracia americana.

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