A Polícia Civil de São Paulo fechou, nesta sexta-feira, uma fábrica clandestina em São Bernardo do Campo, na região metropolitana, ligada a duas mortes confirmadas por intoxicação com metanol.
O local foi descoberto a partir da investigação da morte da primeira vítima. Os agentes localizaram o bar onde o homem consumiu a bebida adulterada e apreenderam nove garrafas. Oito delas apresentaram metanol em concentração entre 14,6% e 45%. O dono do bar afirmou, em depoimento, que comprou as bebidas de uma distribuidora clandestina.
O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, disse que a linha de investigação é de que falsificadores compraram etanol em um mesmo posto de combustível ou de uma mesma rede para adulterar as bebidas sem saber que o etanol estava misturado com metanol, substância tóxica proibida para o consumo humano.
O secretário afirmou também que esses casos não têm correlação com as ocorrências de intoxicação notificadas em outros estados. Ainda de acordo com Derrite, a adulteração de bebidas alcoólicas não é novidade. Segundo ele, o que chama a atenção nos casos que vieram à tona é a alta concentração de metanol nas garrafas.
A polícia científica analisou trezentas garrafas e em metade delas identificou altos índices de metanol. Uma mulher foi presa pelo crime de adulteração de bebidas, mas o marido, que também atuava no esquema, não foi encontrado. O homem já foi preso anteriormente por falsificar produtos com fins alimentícios.
No total, as forças de segurança vistoriaram endereços na capital paulista e em São Caetano do Sul, além de São Bernardo do Campo. Oito suspeitos foram encaminhados à delegacia para prestar esclarecimentos.
O próximo passo da investigação é chegar ao posto, ou a rede de postos de combustíveis, onde o etanol contaminado com metanol foi comprado.
No estado de São Paulo, 25 casos de intoxicação por metanol foram confirmados e 160 estão em investigação. As análises clínicas e epidemiológicas descartaram 189 casos. Desde o início do registro dos casos, 28 pessoas foram presas em São Paulo.
Segundo o balanço do Ministério da Saúde, divulgado nesta sexta-feira, o número de casos de intoxicação por metanol confirmados no país é de 29, e 217 ainda estão em investigação. Cinco mortes foram confirmadas e 12 estão sendo investigadas.
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